Cultura participativa nas mídias e educação emocional

Sobre a leitura do texto Educação e cultura participativa de Joan Ferres

Esse texto em especial fala de um tudo um pouco, de como funciona a comunicação, da emissão de valores, do emocional inconsciente e das mídias como meios comunicacionais.

Todo processo de comunicação é o resultado de um jogo de iterações entre um emissor, um receptor e uns meios (Ferres, Pg 2).  Ou seja, para que haja  toda  e qualquer forma de comunicação é preciso que seja levada em conta essa tríade. É impossível que o receptor compreenda uma mensagem sem que ela antes seja enviada, assim como é impossível que uma mensagem seja compreendida se ela não tem um destinatário e se o meio pela qual ela for emitida não for claro as mensagens podem se difundir e não chegar no seu objetivo final.

O texto vai falar de diferentes formas de iteração, como com as telas, as midias e os textos;

As midias principalmente audiovisuais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e isso tem alterado a percepção delas com relação as coisas, tendo experiencias emocionais e afetivas com as cenas vividas ao serem vistas nas telas. Joan aponta para o quanto que essas iterações mexem com a nossa atividade psiquica, muitas vezes no campo do inconsciente, que mesmo quando aqueles que estão assistindo ou jogando alguma coisa não percebem certas conexões , o nosso cerebro continua fazendo uma serie de ligações e construindo signos e significantes a todo momento.

Partindo dessa ideia temos um pensamento que data ainda da década de 70 por Jean Cloutier que afirmava que o receptor na era tecnológica era ao mesmo tempo emissor. Fica meio dificil de imaginar isso quando se trata de um publico passivo, mas se pensarmos por exemplo, ao jogar um jogo que todo reflexo ou decisão que tomamos é uma emissão que fazemos tudo faz sentido. Ao vermos um filme ou uma serie estamos criando uma serie de conceitos e possivelmente, posteriormente comentaríamos isso com alguém. Na era moderna, com as redes sociais essa lógica se torna muito mais perceptível, quebrando barreiras socias, culturais e mesmo temporais.

Essa força das redes sociais de serem usadas como emissoras e receptoras de informações tomou proporções grandiosas, conseguindo até mesmo ultrapassar os meios de comunicação convencionais. No texto é citado um exemplo de uma tragedia. Em circunstancias passadas teríamos de esperar que uma equipe de jornalistas comparecesse ao local e averiguasse a situação, mas hoje com os meios de comunicação de fácil alcance as informações puderam ser distribuídos por pessoas que jé se encontravam no local, dando suas percepções pessoais e emitindo suas opiniões em tempo real.

É possível perceber que até mesmo situações negativas como a do caso nos mostram alguma lição, que com um trabalho em equipe e um senso de coletividade propiciam a solução ou ao menos uma informatização sobre uma situação ou problema.

As mídias podem assim ser usadas para mudar o meio em que vivemos, se usadas de forma inteligente podem melhorar uma serie de problemas, situações e facilitar a vida das pessoas em vários contextos.

Joan aponta ainda que é preciso ter cuidado  com as mídias apesar de tudo, pois temos por varias vezes uma noção de transparência e segurança nessas mídias, quando muitas das vezes estamos tendo nossos dados pessoais constantemente coletados e redistribuídos em uma cadeia de marketing incrível., na estudo da cibercultura esses conceitos são amplamente discutidos e fica a sugestão para quem tiver mais interesse no assunto.

Muito do que consumimos hoje, de como agimos e mesmo falando vem da nossa forma de receber as informações por meio dessas mídias, agimos em geral pelas emoções que sentimos ou que somos treinados para sentir e hoje com as telas modernas tendo acesso a uma serie de dados fica muito mais fácil direcionar conteúdos  para interlocutores mais receptíveis daquela mensagem. É o retorno da história do emissor, o receptor e o meio, agindo com mais eficacia em seus grupos de enfoque.

É preciso que a educomunicação trabalhe toda essa questão da educação emocional, gerando o senso crítico, fazendo as pessoas entenderem de que forma elas estão sendo usadas pelas mídias, estão tendo suas emoções gerenciadas, de que forma estão usando as mídias para os seus objetivos e de que maneira esse uso das mídias pode ajudar a mobilizar cidadãos  a aprender coisas novas e produzir mais para a sociedade.

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