Buckinghan - crescer na era das midias
Capitulo 1:
O primeiro capitulo do livro fala sobre a infância e de como ela é definida e começa a adentrar nos aspectos de como as mídias são usadas para tratar com essa infância.
A priori existe toda uma discussão com relação aos discursos que demonizam as mídias em geral, tendo-as como originadoras de problemas como indisciplina, agressividade, sexualidade precoce entre outros. E de como se fala em politicas para evitar esses problemas, com questões de faixa etária e a definição do que é material infantil ou não e do que as crianças devem ter direito de ter acesso.
Algumas dessas politicas parecem ser tratadas mais como politicas para adultos do que para crianças, visto que quando as mídias transpassam as fronteiras entre os adultos e crianças, isso pode gerar uma situação de "abalo" na autoridade dos adultos.
Existe o ponto também de como definir a infância, fala-se de quão pequeno é você tentar definir uma infância só por motivos biológicos como por faixa etária e como idade escolar e assim querer definir toda as perspectivas de experiencia das crianças e seus graus de maturidade. Uma parte legal do livro é quando se ressalta " a infância é variável - histórica, culturalmente e e socialmente variável", que mostra toda a abrangência que esta discussão pode levar.
Um ponto bastante marcado no livro é de como as crianças são tratadas por suas limitações e não por suas capacidades e habilidades, nem é como se as crianças não tivessem condições de fazer determinadas ações, mas sim porque os adultos assim às julgam com o pressuposto de fazer deste modo como medidas "protetoras".
É engraçado como ao mesmo tempo existe o discurso de pedir para que as crianças sejam mais maduras e se comportem como alguém mais crescido, digamos assim, e ao mesmo tempo exista o discurso de que muita coisa não se pode ser feita por que é coisa de gente mais velha.
Com relação da criação de materiais e midias voltadas para as crianças. É muito triste pensar que a grande parte desse material é feita por adultos considerando as concepções dos mesmos. Raras são as vezes em que os conteúdos são desenvolvidos de verdade pelas crianças, e ainda quando são, são mediados por adultos, e em grande maioria dos casos contendo de certa forma os caminhos que as produções pudessem tomar.
Os adultos tendem a depositar as memorias de seu passado, seus desejos de infância ideal nas crianças de hoje. O que complica é que as realidades não são mais as mesmas e muitas vezes passa-se a se deparar com discursos moralistas e de colocar os jovens em patamares de pureza e redenção do mundo.
a produção de materiais com essa lógica de pensamento, apesar de parecer retrogrado de certa forma, trás muito da humanidade e das experiencias passadas para os novos seres. Muito da mídia que é produzida sob esses aspectos pode ser visto também como uma forma de repassar ensinamentos, estimular certos comportamentos e de certa forma barrar influencias morais negativas para as crianças.
O próprio livro se refere à essa situação como medidas "concebidas para proteger e ao mesmo tempo controlar as crianças.
Até que ponto pode-se proibir uma criança de agir ou ter acesso à certos meios , conteúdos, conversas e etc?
Acredito que hoje é impossível viver em um mundo sem considerar as influencias das mídias, também não da pra pensar muito em como prevenir de ter acesso a certos conteúdos quando todos os dias se fica cada vezes mais exposto à essas mídias. A questão agora é pensar em táticas de como preservar os direitos desses jovens sem priva-los de viver o mundo e também incentivar conversas que os preparem para os próximos estágios da vida e como lidar com certas situações.
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